quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Sobre iguais

Faz um tempo já que venho pensando nas coisas que me atraem nas pessoas. Nem tanto só em homens, mas também nas mulheres. Não, eu não sou lésbica. Só penso a respeito do que faz com que eu queira me relacionar com alguém. Namorar, ser amiga, estar perto, que seja. Porque isso pode ser automático e sem pensar nas outras pessoas, mas quando as coisas se referem a mim e a quem eu quero perto de mim, tudo muda de figura.

Eu escolho pessoas. Escolho quem eu quero deixar que, ao menos, tenha alguma atenção minha. Escolho a dedo cada amiga. Namorado então, gente. Mais difícil que passar em concurso público. Eu escolho totalmente e nem me sinto cometendo um crime por isso. Eu não sou uma universidade, não sou um órgão público. Não tenho cotas. Tenho pessoas de diversos tipos, diversas classes sociais, diversos pensamentos, mas que se relacionam comigo porque eu permiti. Porque alguma coisa em cada uma dessas pessoas me chamou a atenção a ponto de eu querer que ela participasse da minha vida. São pessoas especiais. Que eu julguei especiais. Não são perfeitas, porque ninguém é. Mas suas imperfeições são facilmente eliminadas perante à qualidade que eu identifiquei em cada uma delas e que fez com que eu tivesse suas amizades. Gente pelo qual valeu a pena eu ser tão presente em suas vidas a ponto de quase anular as outras amizades que elas pessoas tinham. 

A qualidade mais marcante e mais presente em todas as pessoas com as quais me relaciono: inteligência. Está escrito até no meu mapa astral que eu só me aproximo de quem é inteligente. Quem sabe raciocinar. Quem não foge da raia. Quem discute e quem defende seu próprio ponto de vista. Quem me faz enxergar o que eu ainda não vi. Nossa, como é legal descobrir a inteligência das pessoas. Como é legal descobrir pensamentos e atitudes novas, que me ensinam e modificam meu pensamento perante a tudo.

Como é legal descobrir pessoas.

Dentre todas essas, sempre tem aquela que um dia você conhece e acaba se identificando. Alguém que nem conviveu com você durante a vida. Alguém que nem sabe de onde você é. Mas que, de repente, puf. A pessoa é igual a você. E aí no começo é legal, sabe? A pessoa tem o mesmo pensamento que você. As mesmas manias. Os mesmos medos. Toma as mesmas atitudes que você perante as mesmas situações. A pessoa se veste como você, tem o corpo parecido com o seu, o mesmo corte de cabelo. Tem gente que de repente você conhece que já é assim e tem gente que se tornou assim com a convivência com você. E aí, em ambas as situações, uma hora você percebe que a pessoa é tão igual a você que chega até a saber seus pensamentos, porque afinal de contas a pessoa pensa as mesmas coisas que você.

Ai, cara, que chato. BORING. Daí aquela pessoa que antes era "nossa, que legal, nós somos tão parecidas!" de repente muda pra "porra, que saco, para de ser tão parecida comigo!". Caramba! Para de me imitar! PARA DE PEGAR AS MESMAS ROUPAS QUE EU NA LOJA! Sabe? Sabe o que é você estar na loja de roupas com a pessoa e enquanto você vê uma roupa a pessoa vai lá e pega A MESMA? Não, ela não pegou uma roupa igual à que eu peguei. Ela pegou A MESMA. Mano. Para de pensar igual a mim. Para de dizer que é igualzinha. Para de querer controlar o que eu como porque se você tem toc eu também tenho que ter. Para de comprar o mesmo sapato que eu. PARA de querer ir onde eu vou e de querer ter a vida igual à minha. PARA DE QUERER ME ARRUMAR MARIDO SÓ PRA EU TER UMA VIDA BUNDA IGUAL À SUA. Para, porra. PARA!

É aí, minha gente, que acaba uma amizade. Com uma pessoa igual ou querendo ser igual a mim. Porque o que eu mais gosto nas pessoas é o novo, é descobrir coisas novas e pensamentos novos. E então de repente quando eu descubro que a pessoa é ou se tornou exatamente igual a mim... qual é o novo? Não tem novo. Eu vejo só alguém querendo ser eu. Querendo ter a minha vida, ou querendo que eu tenha uma vida igual à dela. Vejo alguém sem personalidade, alguém querendo roubar a minha personalidade. Alguém querendo ~entrar~ em mim. 

E é aí que mora o meu desprezo. 

Nasci sozinha. Vivo sozinha. Moro sozinha. Eu quis um irmão HOMEM, pra não mexer nas minhas coisas nem querer ser o que eu sou. Babybrother faz bem esse papel. O de ser ele mesmo. E eu até gosto de ser exemplo pra alguém, como fui por muitos anos para a prima 9 anos mais nova. Mas ser exemplo não é a mesma coisas de ser a própria pessoa. 

Eu nunca suportaria ter uma irmã gêmea. 


Um comentário:

  1. Isso é o que eu chamo de pessoa Bob Esponja.

    - Cara, dá uma olhada nisso.

    não demostre nada. não diga nada. não esboce reação alguma. a pessoa esponja ficará sem rumo. então diga:

    - Bacana, né?
    - Nossa, demais! Muito legal! - diz o Bob Esponja.
    - Cara, isso é uma merda. Eu estava sendo irônico.
    - Ah não... eu também achei uma droga... é isso.

    Uma Pessoa Bob Esponja não dá um passo sem a sua opinião. Não existe sem a sua personalidade. Uma Pessoa Bob Esponja age da mesma maneira que uma esponja de verdade. Ela encosta em você e suga a sua personalidade até a última gota. Mas ao usar seus argumentos, ela volta a ficar seca. E então volta pra sugar mais.


    Sei bem do que você tá falando. É foda mesmo.


    Bjo, única lontrinha do mundo ;)

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