terça-feira, 26 de maio de 2009

Natal - primeiro dia

Primeiro dia 02/05 - sábado:

Era 5h da manhã e eu carregando aquele trambolho de mala pela casa e ligando pra amiga, ver se ela já estava a caminho. 7h estávamos no estacionamento, 7h30 no aeroporto, 7h45 na lanchonete. Ansiedade dá fome, sabe como é? Daí que dali a gente foi ficar barata tonta no check-in, porque pra quem viaja de avião toda hora é normal, mas era a primeira viagem dela e a minha última também tinha sido há muitos anos. Han? Que? Faço aqui? No computador? Ah tá. 16kg foi o que pesou a minha mala. Eu acho mesmo que aquela balança bebeu, pq eu podia jurar que depois que eu tirei metade das coisas ela ainda pesava uns 100kg. Sei lá, balança é balança. E lá se foi minha bagagem e eu fiquei pensando o que faria se por acaso ela se perdesse. Enfim, depois de passar pelo detector de metais e assistir gargalhando a amiga tirar colar, anel, pulseira pra conseguir passar, sentamos pra esperar o embarque. E enfim chegou o horário. 11h. Daí que eu não tenho medo de avião. Acho, aliás, um espetáculo à parte da viagem, eu sempre tive mania de grandeza e acho lindo entrar em uma coisa tão grande. Mágico pensar que estou acima de tudo e de todos, no ar. Ver o tapete de nuvens pela janela (apesar de termos lerdado no check-in e só conseguirmos sentar no corredor) e achar melhor que montanha russa quando o avião decola ou pousa. Adoro. Mas eu estava com as mãos geladas de ansiedade.

Daí que serviram pra gente um pão seco lá com sei lá o que, passamos um tempão tentando adivinhar onde enfiar os fones de ouvido com duas saídas, já que o braço da poltrona só tinha uma entrada, diversão pra ler a revistinha, diversão pra assistir o The Big Bang Theory que passava no dvd. Ódio do casal do meu lado que não me deixava olhar na janelinha. 2h30 de viagem. E depois de uma hora eu já estava agoniada querendo sair. Avião, né? Tudo muito lindo, tudo muito bom, já comi tudo, bebi tudo, olhei tudo. Já tá chegando? E a amiga, no seu primeiro voo: "cadê o homem bomba? Eu quero emoção!". Pronto. Só podia sair isso da mente de alguém ansiosa pela chegada ao destino e achando um absurdo quem tem medo de andar de avião. Coisa monótona, foi a impressão dela.

Era 14h30 quando o avião pousou em Natal. Abriu a porta, entrou aquele calorzão abafado. Ah, nordeste. Ai que calor no pé de sair de casa de tênis. Bom, e agora? Agora é pegar as malas e procurar alguém que estivesse esperando por nós. Luck é o nome da empresa que faz o receptivo da TAM em Natal. Povo de camisetinha verde. E foi aí que conhecemos a maior figura de Natal. No microonibus (sei lá se agora é com acento, sem acento, junto, separado.. ah, bulhufas) a gente só ouviu "E o meu nome é JA-NA-Í-NA, também conhecido como A MARAVILHOSA. Cadê as palmas?" Pronto. Eu digo mesmo que atraio tudo quanto é gente louca. Sei que Janaína foi a nossa guia, maluca de pedra mas fofa demais. E ali mesmo nós já contratamos o pacote de passeios e ganhamos o city tour (pq a TAM queria cobrar 40 reais da gente nisso). Então que eu e a amiga, felizes da vida, fomos fazendo o reconhecimento de Natal pela janela enquanto passávamos nos hotéis pra deixar os outros passageiros e ouvíamos Janaína falar. "Hotel Pirâmide? Ih, é o último." Tudo bem, estávamos passeando. Mas se era o último hotel, era o mais longe. Ou o melhor, ou o pior. Veríamos quando chegássemos lá.

"e quem nasce em Natal não é Papai Noel!" - dizia Janaína. "Natalense, potiguar." E eu pensando que não poderia esquecer dessa frase célebre até chegar em casa e escrever no blog. E olhando na janela. Casinha, casinha, casinha, casona, duna, duna, duna, duna, MAR. Coisa linda que é o mar. Eu tenho aquela coisa de ficar horas olhando para o mar e pensando (ou não) na vida. Mágico. Faz parte da minha mania de grandeza. Mar é uma coisa imensa. E eu não me canso de olhar. Pensando ainda que estava lááá em cima no mapa, na curvinha do Brasil, láááá longe. Coisa linda.

Enfim, após percebermos que o pessoal que vive de turismo em Natal literalmente se mata pelos turistas (e reclamam horrores uns dos outros), pagarmos o pacote e assistirmos todo mundo chegando em seus hotéis, chegamos ao nosso. Sei que eu só queria sair correndo para entrar no mar, achando um saco essa coisa de dar entrada no hotel. Entrada, malas, lanche da tarde na recepção, regras do hotel, telefones, horários de refeições, camareiro falando que o tapete persa da recepção era o segundo maior da América Latina, e que o hotel era da Marina Elali, uma fulana lá que canta a música da novela. Chegamos ao quarto. Duas camas de casal, de frente pro mar. Quase um sonho. E depois descobrimos que era mesmo, secador e ducha maravilhosa no banheiro, espelho imenso no quarto, nascer do sol a partir do mar, piscinas disponíveis 24h, tv à cabo, toalhas limpas e secas sempre que quiséssemos e na quantidade em que quiséssemos, para uso dentro do hotel, na praia ou nos passeios, sauna, quedas d'água, café da manhã, almoço, jantar, lanche da tarde e coquetel. Tudo muito limpo e cheiroso. Maravilha essa coisa de hotel 5 estrelas. Dá mesmo pra acostumar.

Então que a hora que o camareiro parou de falar (e nós paramos de perguntar) era noite já. Em Natal anoitece por volta das 17h30. Mesmo assim, biquínis em ação e fomos para a praia. Daí que eu dei com a cara na porta, porque o acesso do hotel para o mar estava fechado, fechava às 18h. Fiquei frustrada em não pôr os pezinhos paulistanos em mar "natalino" logo no primeiro dia. Mas a minha frustração passou logo com a disposição das piscinas.

Piscinas aproveitadas, lá fomos nós para o primeiro jantar no hotel. E eu, empolgada com a vida, caí de cara na travessa de salada de palmito, que adoro. Tinha uns pedaços de palmito meio roxos, até aí eu achei que, sei lá, deveria ser algum pedaço de palmito mais novo. Continuei enchendo o prato. Coisa boa. Até encontrar guelras. Então nesse momento subiu um arrepio dos pés à cabeça, uma agonia, um pavor. E no mesmo ritmo que antes eu enchia o prato empolgada, agora colocava de volta a salada na travessa. Até me situar no ambiente e pensar que alguém deveria estar olhando.

Seguinte: era salada de palmito com polvo. É, polvo. E eu não como nada nem nenhum fruto do mar tirando o peixe. Aliás eu sou bem nojenta pra comer fora de casa, diga-se de passagem. Mas enfim, polvo deixado pra lá, peguei outra coisa pra comer (em um buffet cheio de saladas, massas, caldos, carnes e sobremesas, confesso que não foi difícil) e continuei a aproveitar a vida boa oferecida no hotel, pensando que aquele curso de etiqueta à mesa estava sendo bem aproveitado, já que sobravam talheres e taças em cada lugar da mesa.

Felizes, cansadas e ansiosas pelos passeios, fomos dormir para aproveitar melhor o dia seguinte em Natal.

>continua...

:: Postado por às 09h05



Engraçado como no Nordeste às 5 da manhã já tem sol e às 17:30 já esta noite né! E os guias são sempre umas figuraças! AMO ficar em hotel e se for 5 estrelas melhor ainda né! Só a parte do avião que eu pulo, pq tenho muito medo! Bora para o segundo dia...
Lilica | Homepage | 05.31.09 - 6:51 pm

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